Sunday, January 02, 2005

E por falar em Escolha Pública...

Randy Simmons destaca durante evento em Porto Alegre que a grande maioria dos eleitores vota pela emoção

O Instituto de Estudos Empresariais (IEE), em parceria com a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e o Instituto Liberdade (IL), promoveu uma palestra nessa segunda-feira, dia 13, às 19h30min no auditório da ESPM (Rua Guilherme Schell, 350) com o professor de ciência política da Universidade de Utah e membro pesquisador da Independent Institute, Randy T Simmons. O tema do debate foi “Para além da política: mercados, bem-estar social e o fracasso da democracia”, mesmo assunto abordado em obra de sua autoria. O objetivo do encontro foi debater sobre as políticas de bem estar social e a burocracia governamental, avaliando os pressupostos responsáveis pela baixa eficiência das políticas públicas em sociedades democráticas. Além disso, foi colocado em pauta o grau de eficiência (custo/ benefício) das políticas governamentais para solucioná-las.

Simmons comparou diversas vezes o sistema político com as práticas de mercado: “Enquanto o mercado é um sistema que visa ações individuais, a política visa ações coletivas”. E complementou: “O consumidor vota com dinheiro no produto que deseja, conforme a sua necessidade e seu poder aquisitivo. O eleitor vai para as urnas, gasta um voto, e precisa esperar um número suficiente de pessoas concordarem com ele para eleger seu candidato”.

O professor de ciência política também criticou a forma como as pessoas costumam votar: “Cerca de 12% dos eleitores se importam muito com o sistema político, e votam de acordo com ele. A grande maioria vota pela emoção. Eles torcem pelos candidatos com os quais possuem mais afinidade, como se fossem times de futebol”. Simmons acredita que os votos medem o conjunto de pessoas com a mesma preferência, mas não avaliam sua intensidade: “49% das pessoas podem se opor totalmente a alguma coisa, mas 51% não se preocupam tanto com isso, enterrando os opositores”.

Simmons falou sobre o empreendedorismo nas gestões públicas e privadas. Explicou que os empreendedores privados avaliam os custos e benefícios dos seus projetos, enquanto os empreendedores públicos medem os votos e benefícios, mas não os custos, que são muito dispersos e ocultos. “Os políticos enfatizam os benefícios, não os custos”, afirma. Sobre a forma de abordagem da população para com seus governantes, o professor orienta: “Organizem-se em grupos de interesse, como o Instituto Liberdade e o Instituto de Estudos empresariais o fazem. Procurem conhecer o trabalho dos políticos e como eles trabalham”. Para finalizar, Simmons defendeu que a área de atuação dos governantes deve ser restrita a serviços básicos para atendimento da população, e que os demais serviços podem ser privatizados, reduzindo pela metade o custo repassado para a população nos impostos.

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